Os anos 1940 são marcados pela Segunda Guerra Mundial, pela reorganização dos estúdios e pela ascensão de movimentos que redefinem linguagem e temas cinematográficos. O conflito altera prioridades de produção, impulsiona cinejornais e documentários de propaganda, ao mesmo tempo em que modifica o imaginário dos filmes de ficção.
Surge o filme-noir, com sua abordagem moral ambígua, fotografia contrastada e personagens desiludidos. A Itália inaugura o Neorrealismo, renovando profundamente o modo de filmar espaços, atores não profissionais e dramas cotidianos. O Japão começa a desenvolver seu pós-expressionismo formal. Hollywood vive período de grande produtividade e sofisticação técnica, consolidando narrativas clássicas e estruturas de gênero.
A década não apenas responde às urgências de seu tempo, mas estabelece novas plataformas estéticas que moldariam o cinema posterior por décadas.
20 cineastas
1. Orson Welles (EUA)
Relevância: Enriqueceu a linguagem cinematográfica com profundidade de campo extrema, estruturas temporais fragmentadas e sonoridade elaborada.
Escola: Modernização do cinema clássico; vanguarda estética.
Prêmios: Oscar de Roteiro por Cidadão Kane.
Filmes (década): Cidadão Kane (1941), Soberba (1942), A Dama de Xangai (1947).
Referências: https://www.britannica.com/biography/Orson-Welles
2. John Ford (EUA)
Relevância: Refinou o cinema hollywoodiano com rigor narrativo e composição iconográfica.
Escola: Classicismo americano; cinema épico.
Prêmios: Oscars de Melhor Diretor por As Vinhas da Ira (1940) e Como Era Verde o Meu Vale (1941).
Filmes: No Tempo das Diligências (1939, impacto contínuo), Paixão dos Fortes (1946).
Referências: https://www.britannica.com/biography/John-Ford
3. Howard Hawks (EUA)
Relevância: Expande gêneros como comédia screwball, western e policial com precisão narrativa.
Filmes: Uma Aventura na Martinica (1944), O Grande Sono (1946).
Referências: https://www.bfi.org.uk/films-tv-people/4ce2ba16a9a34
4. Alfred Hitchcock (Reino Unido/EUA)
Relevância: Avança mecanismos de suspense psicológico e construção espacial.
Escola: Suspense clássico.
Prêmios: Indicações ao Oscar; Irving Thalberg Award.
Filmes: Rebecca (1940), Interlúdio (1946), Pacto Sinistro (1951, transição).
Referências: https://www.britannica.com/biography/Alfred-Hitchcock
5. Billy Wilder (Áustria/EUA)
Relevância: Estrutura narrativa sofisticada e ironia ácida em drama e comédia.
Escola: Cinema clássico hollywoodiano.
Prêmios: Oscar de Melhor Roteiro por Pacto de Sangue (1944).
Filmes: Farrapo Humano (1945), Pacto de Sangue (1944).
Referências: https://www.britannica.com/biography/Billy-Wilder
6. Roberto Rossellini (Itália)
Relevância: Fundador do Neorrealismo, filmando ruínas da guerra e dramas cotidianos.
Escola: Neorrealismo italiano.
Filmes: Roma, Cidade Aberta (1945), Paisà (1946), Alemanha, Ano Zero (1948).
Referências: https://www.britannica.com/biography/Roberto-Rossellini
7. Vittorio De Sica (Itália)
Relevância: Consolida o Neorrealismo com foco em família, pobreza e ética.
Prêmios: Oscar de Filme Estrangeiro (anos posteriores, relevância consolidada).
Filmes: Ladrões de Bicicleta (1948), Umberto D. (1952, impacto continuado).
Referências: https://www.britannica.com/biography/Vittorio-De-Sica
8. Luchino Visconti (Itália)
Relevância: Articula realismo crítico e estética operística.
Escola: Neorrealismo (primeira fase).
Filmes: Obsessão (1943).
Referências: https://www.britannica.com/biography/Luchino-Visconti
9. Akira Kurosawa (Japão)
Relevância: Introduz vigor visual e humanismo influenciado por literatura ocidental.
Filmes: A Mais Bela (1944), Um Belo Domingo (1947).
Referências: https://www.britannica.com/biography/Akira-Kurosawa
10. Yasujiro Ozu (Japão)
Relevância: Reorganiza narrativa minimalista em dramas familiares.
Filmes: Pai e Filha (1941), Era Uma Vez em Tóquio (1953, impacto ainda derivado da fase anterior).
Referências: https://www.criterion.com/explore/23-ozu
11. Kenji Mizoguchi (Japão)
Relevância: Planos longos e crítica à opressão feminina.
Filmes: As Irmãs de Gion (1936), As Quarenta e Sete Ronins (1941).
Referências: https://www.britannica.com/biography/Kenji-Mizoguchi
12. Michael Curtiz (Hungria/EUA)
Relevância: Domínio de luz e composição; dirigiu marcos do cinema clássico.
Filmes: Casablanca (1942), A Muralha de Jericó (1945).
Prêmios: Oscar por Casablanca.
Referências: https://www.britannica.com/biography/Michael-Curtiz
13. Carol Reed (Reino Unido)
Relevância: Combina realismo psicológico e tensão moral.
Filmes: Odd Man Out (1947).
Referências: https://www.britannica.com/biography/Carol-Reed
14. David Lean (Reino Unido)
Relevância: Inicia com dramas intimistas antes de migrar para o épico.
Filmes: Desencanto (1945), Breve Encontro (1945).
Referências: https://www.britannica.com/biography/David-Lean
15. Samuel Fuller (EUA)
Relevância: Jornalista que introduz estética direta e violência crua (final da década).
Filmes: I Shot Jesse James (1949).
Referências: https://www.britannica.com/biography/Samuel-Fuller
16. Jacques Tati (França)
Relevância: Introduz precisão coreográfica no humor visual.
Filmes: Carrossel da Esperança (1949).
Referências: https://www.britannica.com/biography/Jacques-Tati
17. Jean Cocteau (França)
Relevância: Poeta que renova o cinema fantástico com imaginação visual artesanal.
Filmes: A Bela e a Fera (1946), Orfeu (1950).
Referências: https://www.britannica.com/biography/Jean-Cocteau
18. Preston Sturges (EUA)
Relevância: Primeira grande transição de roteirista para diretor no sistema de estúdios, com comédias sofisticadas.
Filmes: The Lady Eve (1941), Sullivan's Travels (1941).
Referências: https://www.britannica.com/biography/Preston-Sturges
19. William Wyler (EUA)
Relevância: Profundidade de campo, realismo e direção de atores.
Prêmios: Oscar por Os Melhores Anos de Nossas Vidas (1946).
Referências: https://www.britannica.com/biography/WILLIAM-WYLER
20. Powell & Pressburger (Reino Unido)
Relevância: Dupla que renova composição visual, cor e fantasia.
Filmes: Os Sapatinhos Vermelhos (1948), Black Narcissus (1947).
Referências: https://www.britannica.com/biography/Michael-Powell