A década de 1930 transforma profundamente a linguagem cinematográfica. A chegada definitiva do som exige novas estruturas de produção, altera a gramática visual e inaugura gêneros que só existem plenamente com áudio, como o musical hollywoodiano.
Paralelamente, movimentos autorais continuam firmes, do realismo poético francês ao cinema social soviético. Estúdios consolidam métodos industriais, mas muitos diretores encontram brechas para desenvolver estilos pessoais, expandindo o uso de iluminação dramática, composição profunda e arquitetura narrativa complexa.
É o período que estabelece a base do cinema narrativo clássico dominante por décadas.
20 cineastas
1. Jean Renoir (França)
Relevância: Desenvolveu o realismo poético francês, privilegiando mise-en-scène fluida e profundidade de campo.
Escola: Realismo Poético.
Prêmios: Leão de Ouro Honorário (1960); indicações ao Oscar.
Filmes: A Grande Ilusão (1937), A Regra do Jogo (1939).
Referências:
– https://www.britannica.com/biography/Jean-Renoir
– https://www.criterion.com/people/184-jean-renoir
2. Frank Capra (EUA)
Relevância: Referência do cinema narrativo clássico, articulando humor, crítica social e ritmo preciso.
Escola: Classicismo hollywoodiano.
Prêmios: Três Oscars de Melhor Diretor.
Filmes: Aconteceu Naquela Noite (1934), Você Não Pode Levar a Vida (1938).
Referências:
– https://www.britannica.com/biography/Frank-Capra
3. Fritz Lang (Alemanha/EUA)
Relevância: Após o expressionismo, reformula seu estilo nos EUA, incorporando elementos proto-noir.
Escola: Expressionismo; pré-noir.
Filmes: M – O Vampiro de Düsseldorf (1931).
Referências: idem década de 1920.
4. Leni Riefenstahl (Alemanha)
Relevância: Importante para a evolução da linguagem documental e do cinema-espetáculo, embora marcada por colaboração com o regime nazista.
Escola: Documentário formalista.
Prêmios: Distinções técnicas em festivais alemães da época.
Filmes: O Triunfo da Vontade (1935), Olympia (1938).
Referências:
– https://www.britannica.com/biography/Leni-Riefenstahl
5. Howard Hawks (EUA)
Relevância: Versatilidade absoluta; codificou gêneros como comédia screwball, aventura e policial.
Escola: Cinema clássico americano.
Prêmios: Oscar Honorário (1975).
Filmes: Levada da Breca (1938), Scarface (1932).
Referências:
– https://www.bfi.org.uk/films-tv-people/4ce2ba16a9a34
6. Ernst Lubitsch (Alemanha/EUA)
Relevância: Estabeleceu o “toque Lubitsch” — economia narrativa, humor elegante, elipses precisas.
Escola: Cinema clássico americano.
Prêmios: Oscar Honorário (1947).
Filmes: A Loja da Esquina (1940, transição da década).
Referências:
– https://www.britannica.com/biography/Ernst-Lubitsch
7. Yasujiro Ozu (Japão)
Relevância: Constrói sua gramática particular nesta década, com câmera baixa e composições estáticas.
Escola: Shochiku; realismo japonês.
Filmes: A Story of Floating Weeds (1934).
Referências:
– https://www.criterion.com/explore/23-ozu
8. Kenji Mizoguchi (Japão)
Relevância: Desenvolve longos planos e crítica social ao papel da mulher.
Escola: Realismo japonês.
Filmes: Os Irmãos e Irmãs de Gion (1936).
Referências:
– https://www.britannica.com/biography/Kenji-Mizoguchi
9. Josef von Sternberg (EUA)
Relevância: Consolida colaboração com Marlene Dietrich, criando atmosfera visual densa e sofisticada.
Escola: Proto-noir; melodrama estilizado.
Filmes: O Anjo Azul (1930).
10. George Cukor (EUA)
Relevância: Mestre do trabalho com atores e da dramaturgia refinada.
Escola: Classicismo hollywoodiano.
Filmes: As Quatro Irmãs (1933).
Referências:
– https://www.britannica.com/biography/George-Cukor
11. Busby Berkeley (EUA)
Relevância: Revolucionou o musical com coreografias geométricas e movimentos de câmera elaborados.
Escola: Musical hollywoodiano.
Filmes: 42nd Street (1933).
Referências:
– https://www.britannica.com/biography/Busby-Berkeley
12. Victor Fleming (EUA)
Relevância: Dirigiu dois dos maiores filmes do período, articulando espetáculo e técnica.
Escola: Classicismo hollywoodiano.
Filmes: O Mágico de Oz (1939), ...E o Vento Levou (1939).
13. Lewis Milestone (EUA)
Relevância: Inovou na narrativa de guerra com fluidez de câmera e realismo dramático.
Escola: Cinema bélico.
Prêmios: Oscar de Melhor Diretor.
Filmes: Nada de Novo no Front (1930).
14. Rouben Mamoulian (EUA/Armênia)
Relevância: Um dos primeiros a explorar o som como elemento expressivo e não ilustrativo.
Escola: Cinema narrativo clássico.
Filmes: Dr. Jekyll and Mr. Hyde (1931).
15. King Vidor (EUA)
Relevância: Expande seu realismo social para dramas mais íntimos.
Filmes: Stella Dallas (1937).
16. James Whale (Reino Unido/EUA)
Relevância: Codificou a estética do horror clássico da Universal.
Escola: Horror expressionista americano.
Filmes: Frankenstein (1931), A Noiva de Frankenstein (1935).
Referências:
– https://www.britannica.com/biography/James-Whale
17. René Clair (França)
Relevância: Inovador no uso do som no cinema francês, integrando musicalidade e sátira.
Escola: Realismo poético e comédia francesa.
Filmes: Sous les Toits de Paris (1930).
18. Alexander Dovzhenko (Ucrânia)
Relevância: Avança sua “montagem poética”, agora lidando com restrições políticas do regime.
Filmes: Ivan (1932).
19. Carl Theodor Dreyer (Dinamarca)
Relevância: Ainda ativo, dirige obras que aprofundam seu rigor formal.
Filmes: Vampyr (1932).
20. Walt Disney (EUA)
Relevância: Introdução do longa-metragem animado e consolidação da animação industrial.
Escola: Animação clássica.
Prêmios: Vários Oscars honorários pela inovação técnica.
Filmes: Branca de Neve e os Sete Anões (1937).
Referências:
– https://www.britannica.com/biography/Walt-Disney