Os anos 1960 representam uma virada estrutural na linguagem cinematográfica. A expansão dos movimentos autorais e a consolidação das chamadas “novas ondas” reconfiguram o modo como narrativas são construídas, como personagens são representados e como a câmera se movimenta e observa o mundo.
A França torna-se epicentro da renovação com a Nouvelle Vague, enquanto o Reino Unido e a Tchecoslováquia desenvolvem suas próprias transformações estéticas. No Japão, diretores mais jovens rompem com tradições estabelecidas.
Na América Latina, movimentos como Cinema Novo propõem diálogo profundo entre política e estética. E nos Estados Unidos, a indústria tradicional começa a se desgastar, abrindo caminho para o que será a Nova Hollywood no início da década seguinte.
É um período de experimentação formal, contestação sociopolítica e ampliação radical das possibilidades expressivas da imagem em movimento.
20 cineastas
1. Jean-Luc Godard (França)
Relevância: Redefine montagem, narrativa e representação audiovisual.
Filmes da década: Acossado (1960), O Desprezo (1963), Alphaville (1965), Week-End (1967).
Movimento: Nouvelle Vague.
Prêmios: Urso de Ouro (Acossado).
Referência: https://www.britannica.com/biography/Jean-Luc-Godard
2. François Truffaut (França)
Relevância: Estrutura novas abordagens dramáticas ao comportamento humano.
Filmes: Os Incompreendidos (1959, impacto na década seguinte), Jules e Jim (1962), A Noiva Estava de Preto (1968).
Movimento: Nouvelle Vague.
Referência: https://www.britannica.com/biography/Francois-Truffaut
3. Agnès Varda (França)
Relevância: Inova na representação feminina e integra ficção-documentário.
Filmes: Cléo das 5 às 7 (1962), As Criaturas (1966).
Movimento: Rive Gauche (ala esquerda da Nouvelle Vague).
Referência: https://www.britannica.com/biography/Agnes-Varda
4. Michelangelo Antonioni (Itália)
Relevância: Transforma narrativa psicológica e introduz “dramaturgia do vazio”.
Filmes: A Aventura (1960), A Noite (1961), O Eclipse (1962).
Movimento: Modernismo italiano.
Referência: https://www.britannica.com/biography/Michelangelo-Antonioni
5. Federico Fellini (Itália)
Relevância: Consolida linguagem onírica e autobiográfica.
Filmes: 8½ (1963), Julieta dos Espíritos (1965).
Movimento: Cinema moderno italiano.
Referência: https://www.britannica.com/biography/Federico-Fellini
6. Pier Paolo Pasolini (Itália)
Relevância: Une política, mitologia e poesia visual.
Filmes: Accattone (1961), O Evangelho Segundo São Mateus (1964).
Movimento: Cinema político e poético.
Referência: https://www.britannica.com/biography/Pier-Paolo-Pasolini
7. Ingmar Bergman (Suécia)
Relevância: Aprofunda estudos sobre identidade, espiritualidade e conflito.
Filmes: Persona (1966), A Hora do Lobo (1968).
Movimento: Cinema filosófico escandinavo.
Referência: https://www.britannica.com/biography/Ingmar-Bergman
8. Andrei Tarkovsky (URSS)
Relevância: Introduz temporalidade contemplativa e espiritualidade cinematográfica.
Filmes: A Infância de Ivan (1962), Andrei Rublev (1966).
Prêmios: Leão de Ouro (Ivan).
Movimento: Escola soviética tardia / cinema metafísico.
Referência: https://www.britannica.com/biography/Andrey-Tarkovsky
9. Sergei Parajanov (Armênia / URSS)
Relevância: Estética pictórica e ruptura com realismo soviético.
Filmes: Sombras de Antepassados Esquecidos (1965).
Movimento: Cinema poético transcaucasiano.
Referência: https://www.britannica.com/biography/Sergey-Paradzhanov
10. Akira Kurosawa (Japão)
Relevância: Expande épico japonês e métodos de filmagem.
Filmes: Yojimbo (1961), Sanjuro (1962), Barba Ruiva (1965).
Movimento: Cinema samurai moderno.
Referência: https://www.britannica.com/biography/Akira-Kurosawa
11. Nagisa Oshima (Japão)
Relevância: Rompe com tradições e aborda política, juventude e sexualidade.
Filmes: Noite e Névoa no Japão (1960), O Jovem (1963).
Movimento: Nova Onda Japonesa.
Referência: https://www.britannica.com/biography/Nagisa-Oshima
12. Seijun Suzuki (Japão)
Relevância: Estiliza cinema de gângster de modo radical.
Filmes: Gate of Flesh (1964), Assassinato à Sangue-Frio (1967).
Movimento: Cinema pop experimental japonês.
Referência: https://www.britannica.com/biography/Seijun-Suzuki
13. Miloš Forman (Tchecoslováquia)
Relevância: Renova realismo social com humor e improviso.
Filmes: Os Amores de uma Loira (1965), O Baile dos Bombeiros (1967).
Movimento: Nova Onda Tcheca.
Referência: https://www.britannica.com/biography/Milos-Forman
14. Věra Chytilová (Tchecoslováquia)
Relevância: Experimentação formal radical e crítica social.
Filmes: As Pequenas Margaridas (1966).
Movimento: Nova Onda Tcheca.
Referência: https://www.britannica.com/biography/Vera-Chytilova
15. Luis Buñuel (Espanha/México)
Relevância: Duas fases importantes: surrealismo e crítica burguesa.
Filmes: Viridiana (1961), O Anjo Exterminador (1962).
Prêmios: Palma de Ouro (Viridiana).
Referência: https://www.britannica.com/biography/Luis-Bunuel
16. Glauber Rocha (Brasil)
Relevância: Formula o Cinema Novo com abordagem política e estética agressiva.
Filmes: Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), Terra em Transe (1967).
Movimento: Cinema Novo.
Referência: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa26028/glauber-rocha
17. Nelson Pereira dos Santos (Brasil)
Relevância: Combina crítica social e rigor documental.
Filmes: Vidas Secas (1963).
Movimento: Precursores do Cinema Novo.
Referência: https://enciclopedia.itaucultural.org.br/pessoa10838/nelson-pereira-dos-santos
18. Stanley Kubrick (EUA/Reino Unido)
Relevância: Aperfeiçoa controle visual e impõe ruptura estética.
Filmes: Spartacus (1960), Dr. Fantástico (1964), 2001: Uma Odisseia no Espaço (1968).
Movimento: Cinema moderno anglo-americano.
Referência: https://www.britannica.com/biography/Stanley-Kubrick
19. John Cassavetes (EUA)
Relevância: Introduz improvisação e naturalismo radical.
Filmes: Shadows (1959–1960), Faces (1968).
Movimento: Proto–Nova Hollywood.
Referência: https://www.britannica.com/biography/John-Cassavetes
20. Richard Lester (Reino Unido)
Relevância: Mistura estética pop e montagem frenética.
Filmes: A Hard Day’s Night (1964).
Movimento: Free Cinema / Pop britânico.
Referência: https://www.britannica.com/biography/Richard-Lester